Devo confessar que quando li pela primeira vez o teste intermédio do 9ºano deste ano (2012) a minha primeira reação foi: aqui está um excelente conjunto de desafios! Muito bem feito! Não são fáceis, mas também não são difíceis! As perguntas não são diretas e, na maior parte dos casos, é mesmo necessário “parar e… pensar!”.
Mas, ao mesmo tempo que estava a ter estes pensamentos, estava também a sentir que este conjunto de desafios era, afinal, injusto para os estudantes. Muito injusto! É que eles não foram treinados para “pensar matemática” usando as ferramentas que lhes são ensinadas ao longo dos anos.
Aprender a pensar...Matemática!
Dir-se-ia: mas deveriam ter aprendido a Matemática dessa forma? Pois deviam, mas não o fizeram ao longo dos últimos anos! Paremos um pouco para pensar. Ao longo de um ano escolar quem é que trabalha com os alunos a parte que os alunos falharam nos testes? Há certamente exceções, mas são isso mesmo… exceções! Dito de outra forma: um aluno teve 60% num teste de Matemática e o que pergunto é: 1) quem trabalha com o aluno os outros 40%? 2) E se esses 40% forem estratégicos em termos de aprendizagem de Matemática?
Não confundir exigência com justiça
É que é muito fácil ser exigente com um aluno num dia – o dia do exame, por exemplo – mas é muito difícil ser exigente, mas justo, no dia-a-dia, ao longo de todo o ano escolar. Por tudo isto, digo que os exames estão bem elaborados, e até são muito importantes como já tive oportunidade de partilhar, mas estes são injustos e só contribuem para o aumento da frustração e da desmotivação. Não criaremos uma sociedade desenvolvida e com qualidade de vida no futuro se não respeitarmos os nossos filhos hoje. E respeitá-los é sermos exigentes, mas justos, todos os dias.