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5 Pilares do (bom) Ensino

2023-16-10

Após cerca de 20 anos a ensinar matemática a crianças e jovens, todos diferentes, mas todos iguais, gostaria de partilhar um pouco dessa experiência descrevendo de uma forma simples os pilares em que assenta todo este meu processo.

Todos diferentes, mas todos iguais

É verdade que o mundo evolui muito rápido e que tem apresentado muitos desafios, e estímulos, às novas gerações, deixando-os quase sem tempo para refletirem sobre as suas escolhas. Eles são hoje muito mais reativos e impulsivos do que pensadores, não deixando assim muito espaço para uma matemática que pede raciocínio, reflexão, capacidade de visualização a prazos mais largos ou desenvolvimento de capacidades analíticas para a tomada de decisões.

Tendo consciência deste enquadramento mais global, importa sempre, num bom processo de ensino, olhar para o particular, ou seja, para a pessoa que queremos ajudar a crescer porque a aprendizagem é sempre um caminho individual e solitário.

1ª pilar – conhecer o ponto de partida (diagnosticar)

Todos concordamos que não há duas crianças iguais. Então porque haveríamos de considerar que as crianças da mesma idade devem todas aprender a mesma coisa e ao mesmo ritmo? A personalização do ensino começa justamente por identificar em que fase do processo de consolidação de um determinado tema, ou valência, está uma criança. Se está numa primeira fase de perceção, ou já passou para o desenvolvimento de competências ou até domínio.

2ª pilar – definir um caminho personalizado (planear)

Após o diagnóstico, deve-se criar um plano de treinos personalizado que ajude a criança a fazer o seu caminho de acordo com as suas capacidades e necessidades. Um caminho bem definido, mas flexível. Um caminho que ofereça a oportunidade de crescer de forma sustentada, mas que seja também desafiante, dando assim, aquilo que chamamos de “pequenas experiências de sucesso”.

3ª pilar – criar uma relação (ensinar)

A educação é um serviço. E um serviço cria relações. Sem esta perceção de serviço, seremos mais “apresentadores de matéria” e não tanto educadores. Este serviço implica uma comunicação positiva, uma estimulação cognitiva permanente e variada, entre o oral, visual e auditivo, e um conhecimento de como o nosso cérebro aprende e consolida.

4ª pilar – fomentar a autonomia (disciplinar)

O objetivo mais estratégico do ensino é seguramente formar pessoas que pensam e que conseguem, elas próprias, tomar decisões e fazer as suas escolhas. Ajudar as crianças a desenvolverem a sua autonomia e disciplina é um fator crítico de sucesso para o seu crescimento.

5ª pilar – parar, refletir, corrigir o caminho (avaliar)

Mas a educação não é uma ciência exata e por isso requer a permanente correção e adaptação à evolução que vamos sentindo no desenvolvimento da criança. Assim, parar para refletir e ajustar o caminho é uma prova da maior simplicidade e humildade que um adulto pode oferecer no processo de ensino de uma criança.

Concluindo, apesar de um enquadramento social mais desafiante para o ensino da matemática, ela é mais necessária do que nunca por ajudar crianças e jovens a conhecerem-se a si próprias, estimulando-as a olharem para o mundo que as rodeias com capacidade de reflexão e não apenas com impulsividade, permitindo assim uma experiência de vida vivida e não apenas de sobrevivência.

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Sobre o autor
João Paulo Tavares
Nos últimos 20 anos, João Paulo Tavares, tem ajudado os alunos a sentirem-se inspirados no seu próprio processo de aprendizagem através da rede de centros BrainAlive. Autor de diversos artigos sobre Educação, é também instrutor certificado por Tony Buzan em Mind Mapping, Speed Reading e Memory.
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