Todos conhecemos, certamente, a famosa expressão “Errar é Humano!”. Mas poucos têm a noção do enorme valor que ela tem no processo de aprendizagem de uma criança ou jovem. Aliás, diria mesmo que não há aprendizagem consolidada e estruturada sem a experiência de errar. Tal como a um bebé que começa a andar é esperado que caía, a uma criança ou a um jovem que está a aprender é esperado que erre. Não é esse, naturalmente, o objetivo da aprendizagem, mas deve ser esperado que aconteça e, mais importante do que tudo, é fundamental que se utilize esse erro como “ferramenta” de ensino.
Esta noção do valor do erro é, decididamente, um dos fatores críticos de sucesso para uma boa aprendizagem, nomeadamente a Matemática. Na verdade, o valor daquilo que aprendemos não está tanto no resultado final de uma simples operação aritmética, mas antes no processo de raciocínio associado. Não quero dizer que uma conta possa ter vários resultados. Muito pelo contrário! Como essa conta só tem um resultado possível, este não é negociável, ou seja, tem de estar certo. Assim, por essa mesma razão, toda a nossa atenção enquanto educadores – pais, professores, etc. - deve ser dedicada ao processo que conduziu ao resultado. O segredo de uma boa aprendizagem de Matemática não está tanto no produto final, mas, principalmente, no processo que leva a esse resultado. O segredo está no “como” e não no “o quê”. Desta forma, conseguiremos visualizar não apenas um tipo de erro – “certo/errado” – mas também “errado por distração”, “errado por falta de conhecimentos” ou mesmo “errado porque nem tentei fazer”. Reparem bem na quantidade de informação que se retira daquilo que parece um simples e clássico “está errado!”.
Demos, pois, o devido valor ao erro, respeitando-o e utilizando-o para ensinar as nossas crianças e jovens de forma cirúrgica e personalizada. Porque afinal, o erro faz parte do próprio processo de aprendizagem individual. É caso para dizer - "Erro... logo existo!"